25/12/09

FORTE DA FORCA

À entrada de Torres Vedras, para quem vem do norte, há uma pequena colina onde se situa o chamado Forte da Forca, uma das 152 estruturas defensivas das Linhas de Torres Vedras, frente ao monte do Castelo.
Do Forte já pouco resta.


Uma parte do fosso


O mesmo troço, visto do lado de dentro do Forte



O espaço interior, com o resto de um través de protecção


Quem está lá no alto e olha para o lado norte, terá agora mais dificuldade em imaginar as tropas francesas acampadas no terreno fronteiro. O que de lá se vê é o "Arena", uma "grande superfície" comercial, para onde convergem milhares de pessoas, sobretudo nos fins-de-semana.




O espaço ocupado pelo que resta do Forte, com o terreno circundante, é bastante exíguo. Sobretudo se pensarmos que para ali se projecta um Centro Interpretativo das Linhas de Torres Vedras.




Antevisão do projecto, recolhido do site do gabinete de arquitectura que o "ofereceu" à Câmara Municipal de Torres Vedras.

É um projecto que consideramos de grande importância para Torres Vedras. Por isso julgamos que deve ser repensado. Será aquele o local mais indicado? O que se pede de uma estrutura deste tipo?
Que custos de construção - e, sobretudo, de manutenção?

16/12/09

INCENTIVO




Recebemos da revista on-line OPERACIONAL uma nota elogiosa que nos honra e incentiva a prosseguir. Sendo nós uma Associação sem fins lucrativos, que vive do amor à camisola de uns poucos entusiastas do Património Local, gostamos de saber que há ressonância do trabalho realizado.
Bem hajam.
Aqui fica a ligação para a bela reportagem fotográfica que fizeram da Exposição sobre as Linhas de Torres Vedras.

11/12/09

PRÉMIO PESSOA 2009


(Foto da revista VISÃO, entrevista de 11 DEZ 2009)

Parabéns ao Comissário da Comemorações dos 200 anos, Manuel Clemente, nosso conterrâneo e bispo da diocese do Porto, pela sua nomeação para o Prémio Pessoa 2009!

09/12/09

BADALADAS - TEXTO Nº 43 - 11 DEZEMBRO 2009





MIGUEL PEREIRA FORJAZ



José NR Ermitão


Quando falamos das Invasões Francesas de que personagens nos lembramos?

Lembramo-nos dos franceses, Napoleão e os generais invasores (Junot, Soult e Massena). Lembramo-nos dos ingleses, Wellington que os derrotou e Beresford que comandou o exército português.

E de que portugueses nos lembramos? Praticamente de nenhum! Não fomos só invadidos pelos franceses e depois dominados pelos ingleses: fomos também esquecidos dos portugueses que tiveram uma acção política e/ou militar preponderante durante esse período. No entanto, a verdade histórica exige que alguns deles sejam retirados do esquecimento; por exemplo, o estadista Miguel Pereira Forjaz (1769-1827).


Militar de carreira, Miguel Pereira Forjaz foi nomeado por D. João em 1807 para a Regência do Reino, cargo de que se demitiu por se recusar a colaborar com Junot. Expulsos os franceses, integrou de novo a Regência do Reino como Secretário dos Negócios Estrangeiros e Guerra – tendo sido no exercício destas funções que se distinguiu, ao proceder à reforma e reorganização do exército português e ao assumir o papel de ligação com os ingleses.

 De imediato há um equívoco a desfazer: costuma atribuir-se a reorganização do exército a Beresford, que assumiu as funções de Comandante em Março de 1809. Beresford foi disciplinador, implantou novas tácticas, reforçou o treino militar, nomeou oficiais eficientes, sugeriu reformas – foi o operacional necessário no momento adequado. Mas já antes, em finais de 1808, Miguel Forjaz tinha iniciado todo o processo de reorganização e reconstrução do exército.

Para isso, ordenou que os militares desmobilizados pelos franceses se apresentassem nos seus quartéis, concedeu perdão aos desertores e chamou às armas os soldados desmobilizados desde 1801. No início de 1809, em resultado de sucessiva legislação da sua autoria:

- estavam definidas as regiões militares do país e nomeados os seus comandantes;

- estavam criados 6 Batalhões de Caçadores; 24 Regimentos de Infantaria; 12 Regimentos de Cavalaria; 4 Regimentos de Artilharia; Corpos de Voluntários em Lisboa, Porto e Coimbra (o Batalhão Académico);

- estavam organizados corpos especiais como o de Engenheiros, o Arsenal Real (produção de armas), o Corpo Telegráfico, a Academia de Fortificações, os Guias do Exército e o Corpo de Informações (com uma bem montada rede de espionagem em Espanha);

- estavam restabelecidos os Regimentos de Milícias (tropa de 2ª linha) e os de Ordenanças (tropa de 3ª linha).

               Como um exército não se improvisa em três meses, havia problemas a nível de oficiais, fornecimentos, armamento, fardamento, disciplina, etc. Mas foi com este exército, entre o apressado e o organizado, que os generais Bernardim Freire e Francisco da Silveira inviabilizaram e derrotaram os planos de Soult (2ª invasão) – antes de qualquer intervenção de Beresford e Wellington.

É este exército, assim estruturado por Miguel Forjaz, que Beresford – ambos sempre em estreita colaboração – vai transformar numa máquina bélica que merecerá todos os elogios de Wellington (que chama aos militares portugueses os “galos de combate” do exército aliado).


Outra das importantes funções de Forjaz - estadista dotado de uma excepcional capacidade de trabalho, determinação e organização - foi a de ser o elemento de ligação entre o comando militar britânico e o governo.

Durante a 3ª invasão apoiou o plano defensivo de Wellington, contra os restantes governadores que preferiam uma acção ofensiva contra Massena. Aliás, Wellington considerou-o como «o único homem em Portugal adequado à função que ocupa» e «como o mais hábil estadista da Península».

Contudo, depois de 1813, com a expulsão dos franceses da Península e o fim de Napoleão, Miguel Forjaz entra em ruptura total com Beresford e os seus planos de reforço militar, que considera desnecessários em tempo de paz. Beresford só permanece porque tem o apoio político da Corte do Rio de Janeiro.

Miguel Forjaz continua no governo até à Revolução Liberal de 1820. Depois disso desaparece da cena política, da história e da memória – até quando?


                                                                                                                                                                                                                      

BADALADAS - TEXTO Nº41 - 13 NOVEMBRO 2009


200 ANOS DEPOIS

J. Moedas Duarte

Como temos referido em diversas circunstâncias, estas não são comemorações festivas, são EVOCAÇÕES de um período especial na nossa História que marcou profundamente a região em que vivemos. São memórias revisitadas, portadoras de traços de identidade e de pertença que persistem no nosso imaginário colectivo. A este propósito o nosso conterrâneo Manuel Clemente, Bispo do Porto e comissário da CM200Anos, escreve no prólogo do Programa Oficial do Município de Torres Vedras :
(…) O que as nossas Linhas evocam ocorre agora, como então, na permanente disposição que temos como povo de garantir a identidade e a liberdade do nosso ser colectivo.

(…) Lembrá-las hoje, na paz europeia de que felizmente gozamos, é evocar todos os que aqui estiveram, dos dois lados das Linhas, quando nós, seus descendentes, nos reencontramos num projecto comum para o Continente e para o Mundo.

Lembrando os de então, abrimos o futuro na solidariedade e na paz.

O vasto programa comemorativo abarca inúmeras e diversificadas actividades que mobilizarão todas as instituições do nosso concelho: autarquias, escolas, associações, criadores de arte… e decorrerão entre Novembro deste ano e o final do ano que vem.
A Associação de Defesa do Património de Torres Vedras intervém activamente nesta evocação de dupla maneira: por um lado, através de um SERVIÇO DE DIVULGAÇÃO HISTÓRICA sobre a Guerra Peninsular; por outro, fazendo parte do Executivo da Comissão Municipal.
No que se refere ao referido SERVIÇO, a sua concretização tem duas fases complementares. A primeira consiste na publicação de textos de divulgação na imprensa regional, com destaque para o Badaladas. Neste jornal, entre 25 de Janeiro de 2008 e 31 de Outubro de 2009, foram publicados 41 artigos de 13 autores, e dois Suplementos de 4 páginas; no Frente Oeste, entre 2 de Fevereiro e 16 de Julho de 2009, foram publicados 24 artigos ilustrados.
Simultaneamente a ADDPCTV mantém actualizado um blogue (http://linhasdetorres.blogspot.com/) onde estão todos os artigos já publicados, bem como uma bibliografia e a divulgação de sítios na internet relacionados com o tema. A divulgação de textos irá prosseguir até finais de 2010, estando prevista a edição de um livro com uma selecção do que foi publicado.
A segunda fase deste SERVIÇO DE DIVULGAÇÃO HISTÓRICA consiste na realização, ao longo de 2010, de palestras sobre a Guerra Peninsular, com recurso a meios informáticos de apresentação, a realizar nos locais que as solicitarem: Associações recreativas, culturais e desportivas, Lares, Centros de Dia, Escolas, Juntas de Freguesia.
Em complemento, a Associação de Defesa do Património irá realizar duas Visitas Guiadas: uma ao concelho de Oeiras, para visitar a mal conhecida 3ª Linha do complexo das três Linhas de Torres Vedras; e outra, a Albuera, em Espanha, local de uma batalha importante, onde a autarquia local tem realizado um bom trabalho de divulgação. Para uma e outra serão abertas inscrições em altura oportuna.
Contactos da ADDPCTV:
Apartado 50, 2564-909 TORRES VEDRAS
Av. tenente Valadim, 17, 2º 2560-275 TORRES VEDRAS.


08/12/09

TESTEMUNHOS







No sopé da Serra do Socorro, entre o Casal Barbas e S. Sebastião,  há duas quintas - Póvoa e Vale do Corvo - que são testemunhas reais e presentes da Guerra Peninsular.
Gonçalo Vasconcellos Guisado, da família proprietária, gere as quintas com elevado sentido da preservação da memória histórica que herdou dos seus antepassados, contemporâneos das invasões francesas.
O sítio Linhas de Torres Vedras dá-nos conta do que por lá se faz e acrescenta muitos dados históricos, gravuras, curiosidades e fotografias que muito nos elucidam sobre aquela época.

06/12/09

VOLTAMOS A FALAR DESTA REVISTA





São 96 páginas de uma revista belíssima que dedica o número inaugural ao tema das Linhas de Torres Vedras. Lemos no seu Estatuto Editorial:

«A revista ITINERANTE defende, através do pedestrianismo, o Turismo Ético e tem por objectivos:
a) promover hábitos de via saudável; b) defender e valorizar o património natural, cultural e ambiental; c) contribuir para o estabelecimento de relações reciprocamente benéficas entre os caminheiros e as comunidades locais.»

Os artigos organizam-se em três núcleos:

                       CONHECER
                           CAMINHAR
                                CONVIVER

No primeiro agrupam-se textos de abordagem histórica, de cariz variado - que vai da produção teórica à entrevista, passando pela resenha bibliográfica e, até, pelo cartoon.
No núcleo do CAMINHAR, encontramos a descrição pormenorizada de sete trilhos de marcha pedestre, para além de dicas e cuidados para a prática das caminhadas , mapas, perfis de relevo, etc
Finalmente, CONVIVER aponta para outras práticas que se adivinham: depois de muito ler e muito caminhar, há que recuperar calorias. Daí o roteiro dos restaurantes e indicações de espaços de lazer.
A organização gráfica é primorosa, a criar enorme apetência para folhear e desfrutar. E parar os olhos nas belas fotos que pontuam toda a revista.
Muitos textos e legendas são vertidos para o Inglês.

Não resistimos a transcrever um parágrafo que nos sensibilizou e que agradecemos:


clicar para aumentar

ITINERANTE é uma revista quadrimestral, com uma tiragem inicial de 10 000 exemplares, que se complementa com um site na internet, também ele de uma grande qualidade: http://www.itinerante.pt/.

04/12/09

ÚLTIMA HORA

ATENÇÃO

A actividade programada, que divulgámos ontem, foi adiada por razões de saúde de alguns intervenientes, conforme mail que acabámos de receber:

«Caros membros da Comissão Executiva,

Vimos por este meio informar que infelizmente esta actividade foi adiada por questões de saúde de alguns elementos do grupo de recriadores.
Assim que a Associação Leonel Trindade nos indicar nova data, voltaremos a divulgar.»

COMEMORAÇÕES




Hoje, na sede da COOPERATIVA DE COMUNICAÇÃO E CULTURA DE TORRES VEDRAS, mais uma iniciativa integrada nas Comemorações dos 200 anos das Linhas de Torres Vedras.
O cartaz diz  o essencial.
Entrada livre.

01/12/09

ITINERANTE:

Uma nova Revista que veio às Linhas de Torres Vedras

O lançamento foi no passado dia 26 de Novembro, em Lisboa. 
Podemos visitá-la AQUI. Excelente apresentação e conteúdo à altura.
O primeiro número é dedicado às Linhas de Torres Vedras, facto a que não será estranho um dos seus editores, José Constantino Costa, ligado ao ICEA, ser um entusiasta do conhecimento histórico que nos acompanha desde o aparecimento deste blogue, como se pode comprovar no nosso Arquivo.

Texto de apresentação:






Neste primeiro número da revista Itinerante aborda-se o tema das Invasões Francesas, agora que se comemora o seu bicentenário. Ao longo destas páginas é feito o enquadramento para caminhadas em trilhos que passam por zonas que, de uma forma ou de outra, estão ligadas à Guerra peninsular, do norte ao centro do país.


A informação é complementada por este website dinâmico e interactivo, onde se pode fazer download dos trilhos para GPS e partilhar informação e experiências no blogue e em redes sociais.