06/02/11

SUPLEMENTO Nº 4 - BICENTENARIO DAS INVASÕES FRANCESAS - 28 JAN 2011


Poema de Luís Filipe Rodriges, ilustração de José Pedro Sobreiro, in: ESCRITO À MÃO DUZENTOS ANOS DEPOIS, ed. Câmara Municipal de Torres Vedras, 2009

A RETIRADA DE MASSENA E O FIM DAS INVASÕES FRANCESAS

Manuel Gouveia Mourão *


No dia 11 de Outubro de 1810, o exército francês chegou às Linhas de Torres Vedras. Após alguns combates de pouca monta, Massena reconheceu que, sem receber reforços, não tinha condições para ultrapassar este formidável obstáculo. A sua progressão para Lisboa teria de esperar que a ajuda viesse de outras tropas francesas, em Espanha. Como sabemos, essa ajuda não chegou e Massena não podia permanecer indefinidamente nas posições que ocupava entre as Linhas de Torres e a constante acção de milícias e camponeses que flagelavam a retaguarda do seu exército.

Os franceses enfrentavam um problema que punha em causa a sua capacidade de sobrevivência: a falta de géneros alimentares. O exército francês, para além de uma dotação base com que partia para cada campanha, abastecia-se nos territórios por onde passava. Essa experiência tinha dado bons resultados nas terras ricas da Europa Central mas as condições da Península Ibérica eram, em geral, diferentes. Além da relativa pobreza de muitos territórios, Wellington tinha ordenado que se retirasse do percurso a ser seguido pelo exército invasor tudo o que poderia abastecê-lo. Em grande parte essa ordem foi cumprida e, algum tempo depois de chegarem às Linhas de Torres, as tropas francesas enfrentavam a fome e o consequente aumento de doenças, o que provocou numerosas baixas nos seus efectivos.

Assim, a meados de Novembro, os franceses efectuam o primeiro movimento para a retaguarda indo ocupar uma região definida por Leiria, Rio Maior, Santarém e Tomar. A possibilidade de alimentar as tropas era aí maior mas não isenta de dificuldades pois estavam no início do Inverno. Podiam, no entanto, procurar alimentos na margem sul do Tejo mas as tentativas feitas para atravessar este rio fracassaram devido à acção de uma força militar que Wellington para ali enviara. Depressa se esgotaram os parcos recursos da região que então ocupavam e Massena não teve outra solução que iniciar a retirada.



O exército de Massena iniciou a sua marcha em direcção ao vale do Mondego no dia 4 de Março. Foi constituída em Leiria uma Guarda da Retaguarda para proteger o movimento do resto das tropas. Até ao dia 5 de noite permaneceram algumas unidades nos mesmos locais para iludir a vigilância das tropas anglo-portuguesas. Quando, no dia 6, Wellington teve conhecimento que os franceses tinham retirado de Santarém, foi iniciada a perseguição. O objectivo era atacar continuamente os franceses para provocar o maior número de baixas, fazer prisioneiros e impedir que eles conseguissem reorganizar-se e ocupar uma boa posição defensiva. Assim nunca estariam em condições de enfrentar as tropas perseguidoras e seriam obrigados a continuar a retirada até território seguro – neste caso, Espanha.

Na sua marcha até ao vale do Mondego, as tropas francesas foram continuamente pressionadas pelo exército de Wellington. Registavam-se alguns encontros entre as tropas dos dois exércitos. Destes são mais conhecidos os combates em Pombal e Redinha. Tendo encontrado forte resistência nas pontes que lhe possibilitavam a travessia do Mondego, Massena decidiu retirar em direcção a Espanha. Registaram-se mais combates em Condeixa, Casal Novo, Foz do Arouca e Ponte de Murcela. Entretanto, os franceses, com a finalidade de apressarem a marcha, começaram a desfazer-se de tudo o que não era essencial à sua sobrevivência: bagagens, carros de munições e até os próprios animais de carga.

Na noite de 18 para 19 de Março, os franceses fizeram, sem paragens, o trajecto de Ponte de Murcela à Chamusca (perto de Oliveira do Hospital). Foram 36 km percorridos com pouca visibilidade, por maus caminhos nas montanhas. As tropas anglo-lusas que os perseguiam fizeram cerca de 600 prisioneiros. Para tropas cansadas, esfomeadas e desmoralizadas, temos de reconhecer que este é um esforço notável. No dia 21 de Março chegaram a Celorico.

MASSENA NÃO DESISTE
Massena continuava com a ideia de cumprir as ordens que tinha recebido de Napoleão: capturar Lisboa. Pensou em encaminhar as suas tropas para a Estremadura espanhola e, a partir daí, com o apoio de outras forças francesas, voltar a ameaçar Portugal. Mas as condições do seu exército eram já muito más e, nestes casos, as acções de insubordinação aparecem facilmente. O caso mais importante foi a insubordinação do marechal Ney a quem Massena acabou por retirar o comando do 6º Corpo de Exército. Massena acabou por reconhecer a impossibilidade de concretizar aquele plano e, no dia 29 de Março, deu ordens para as forças se concentrarem na Guarda para daí seguirem para Ciudad Rodrigo.

Neste percurso para Ciudad Rodrigo, o exército francês fez uma paragem na região do Sabugal, perto da fronteira, na margem oriental do rio Côa. Aí foram atacados pelas tropas de Wellington e foi travada a batalha do Sabugal, sendo os franceses obrigados a retomar apressadamente a sua retirada, atravessando a fronteira no dia seguinte. Ficava em Portugal, na praça de Almeida, uma guarnição francesa que Massena não esqueceu e procurou libertar.

Wellington tinha posto cerco à praça de Almeida desde 7 de Abril mas o exército de Massena recompôs-se mais rapidamente que o esperado e, em breve, dirigia-se novamente naquela direcção. O cerco foi mantido com um número muito reduzido de tropas e Wellington tomou as disposições necessárias para impedir o avanço do seu inimigo. Os dois exércitos encontraram-se na região de Fuentes de Oñoro. Os combates tiveram início no dia 3 de Maio, foram quase interrompidos no dia 4 para reorganização dos dispositivos e o embate principal deu-se no dia 5. O exército de Massena sofreu outra importante derrota e ficava afastada, em definitivo, a possibilidade de socorrer Almeida.

Wellington voltou ao cerco daquela praça. Pensou que conseguiria obrigar a guarnição francesa a render-se pela fome pois eles não tinham possibilidades de serem abastecidos. Mas Massena conseguiu fazer chegar um correio ao interior da praça. Este correio continha instruções para uma tentativa de fuga da guarnição. Pouco antes da meia-noite do dia 10 de Maio, a guarnição francesa que se encontrava em Almeida saiu da praça pela porta norte e conseguiu abrir caminho pelo cordão de vigilância montado à volta da fortaleza. No dia seguinte de manhã, tinha-se reunido às tropas francesas que os esperavam do outro lado do rio Águeda. As últimas tropas francesas que tinham participado na terceira invasão saíram finalmente de Portugal.

IMPORTÂNCIA DAS TROPAS IRREGULARES
Durante todo o percurso, entre as Linhas de Torres Vedras e a fronteira portuguesa, os franceses não enfrentaram apenas as tropas que os perseguiam. Quando Wellington recolheu às Linhas de Torres, em Outubro de 1810, mantiveram-se em várias zonas do País tropas irregulares, sendo as mais importantes os regimentos de milícias. Estas tropas que, pela sua natureza, não estavam preparadas para confrontos abertos com tropas regulares e bem preparadas como eram as do Exército Francês, tiveram um papel importantíssimo nas acções que acabámos de descrever. Basta dizer que, enquanto Massena se manteve frente às Linhas ou na região de Santarém, a sua retaguarda esteve permanentemente ameaçada e as suas comunicações com Espanha, para serem mantidas, exigiam escoltas de centenas de homens. Foram também estas tropas que impediram os franceses de passarem para a margem norte do Mondego. Esta é uma componente da guerra muitas vezes esquecida.

Os franceses tinham saído de Portugal mas a guerra não tinha acabado. Já não se tratava apenas de expulsar os franceses de Portugal. Era necessário derrotá-los em toda a Península e, quando isso foi conseguido, em toda a Europa. Por isso a guerra continuou até 1814 e o exército de Wellington continuou a ser formado por tropas britânicas e portuguesas, mais tarde também por tropas espanholas. Por isso o Exército Português continuou a enviar tropas para combater em Espanha e, a partir de 1813, em França. Os combates só terminaram quando, no sul de França, o Marechal Soult, nomeado comandante das tropas francesas na região, se rendeu a Wellington, a 17 de Abril de 1814. Terminava então a Guerra Peninsular. * Coronel na reserva

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Combate de Pombal


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CRONOLOGIA DA RETIRADA DE MASSENA

1810-06-24 Combate do Côa
1810-08-15 Início do Cerco de Almeida
1810-08-28 Capitulação de Almeida
1810-09-27 Batalha do Buçaco
1810-10-11 Os franceses param frente às Linhas de Torres Vedras
1810-11-15 Retirada para a região Leiria - Rio Maior – Santarém – Tomar

1811-03-04 Início da retirada francesa da região Leiria - Rio Maior – Santarém – Tomar
1811-03-11 Combate de Pombal
1811-03-12 Combate da Redinha
1811-03-14 Combate de Condeixa
1811-03-15 Combate de Foz do Arouca
1811-03-18 Combate de Ponte de Murcela
1811-03-29 Combate da Guarda
1811-04-03 Combate do Sabugal
1811-05-03 a 05 Batalha de Fuentes de Oñoro
1811-04-07 Início do cerco de Almeida pelas tropas anglo-lusas
1811-05-10/11 Fuga da guarnição francesa de Almeida

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CENAS DE GUERRA

ATITUDES HUMANAS EM TEMPO DE GUERRA
José NR Ermitão


Muitos militares ingleses, soldados e até oficiais, tiveram para com os portugueses um comportamento violento absolutamente condenável. E tanto mais condenável quanto foram recebidos de um modo caloroso e até festivo. O próprio Wellington queixava-se de que não havia correio ou relatório que recebesse que não trouxesse um rol de queixas contra violências e desmandos cometidos pelas tropas britânicas.
Tão negativo quanto este péssimo comportamento era a atitude geral de condescendência, de superioridade, de arrogância britânicas relativamente aos portugueses, em muitos casos considerados de forma inferior ou como uns incapazes, até para defender o seu próprio país. Os ingleses tinham de facto uma péssima ideia sobre as nossas capacidades bélicas e só começaram a alterar esse ponto de vista depois de verificarem a va-lentia dos soldados portugueses na Batalha do Buçaco.

Mas felizmente que nem todos assim pensavam ou agiam. Muitos militares ou ci-vis incorporados no exército britânico eram homens de elevada formação cultural e fortes sentimentos humanos que, despindo-se da arrogância dos seus compatriotas, olharam o país e os seus habitantes com outros olhos, mais objectivos e menos preconceituosos, e desse olhar diferente deram o devido testemunho em cartas, memórias, narrativas diversas, em muitos casos acompanhados de desenhos de paisagens, tipos sociais e cenas do quotidiano. Mais tarde, passada a guerra, publicaram-nas, e assim terão contribuído para alguma mudança da opinião pública inglesa a nosso respeito.
Esses militares e civis (médicos, padres e funcionários), ao chegarem ao nosso país, ao serem confrontados com uma realidade humana, social e até natural muito diferente da sua, acabaram ou por lhe dar uma atenção específica ou por mostrar elevados sentimentos humanos. Ou descrevem o país destroçado pela guerra e o sofrimento dos seus habitantes, ou descrevem a beleza das paisagens, os tipos sociais e cenas de quotidiano, ou demonstram um humanismo raro em tempos de guerra.
Das muitas obras publicadas e que revelam estes aspectos, apresentarei, nos três artigos seguintes, outros tantos textos. O primeiro texto é de Moyle Sherer, um militar que demonstra não só um encanto, quase um êxtase, perante tudo o que vê, desde as cidades às cenas mais triviais – que procura entender como expressões próprias de um povo diferente – como condena as atitudes de sobranceria dos seus compatriotas.

O segundo texto, de autor que não consegui identificar, revela um comportamento de elevado sentido humano por parte de dois militares ingleses. No texto de Moyle Sherer, um texto de paz, a guerra está longe embora paire como ameaça; mas no segundo ela está muito próxima: as populações estão em fuga perante o avanço francês. O terceiro texto, de Simon Frazer, é típico do militar em viagem que, com objectividade surpre-endente, vai descrevendo o ambiente humano carregado das consequências destrutivas da 3ª invasão.
Por último, uma nota para dizer que também militares franceses houve que praticaram actos de elevado sentido humano, em contradição com a violência geral dos restantes. Refiro, por exemplo, um caso contado por Guingret durante a 3ª invasão. Próximo de Leiria, um «bravo soldado» apresentou-lhe uma jovem e sua mãe, de uma família «conhecida e respeitada em Portugal», que tinha conseguido arrancar das mãos de soldados que se preparavam para as atacar, sobretudo a filha, da pior maneira. Guingret – que condenava o modo como os soldados atacavam de forma vil as mulheres – rodeou-as de todos os cuidados e fê-las conduzir para longe pelo digno soldado que as salvou da ignomínia. Meses depois, já em Espanha, um homem disfarçado de camponês espanhol conseguiu entregar a Guingret uma carta. Era da senhora portuguesa, que afectuosamente lhe agradecia a protecção dada. E, juntamente com carta, um presente em ouro para o soldado que tinha salvo a honra da filha – presente que Guingret devolveu porque o soldado tinha entretanto morrido em combate...
Enfim, gestos e atitudes de paz em tempos de guerra...


Cerco de Ciudad Rodrigo

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CENAS DE GUERRA

O VENTURINHO DO POÇO
José NR Ermitão


Assim mesmo, em português, é intitulada uma pequena história contida na colec-tânea «Peninsular Sketches by actors on the scene», editada por W. H. Maxwell em 1845, que reúne um conjunto de histórias reais de militares que participaram na Guerra Peninsular. Esta história, sem indicação do autor, exemplifica bem os traços de humanidade de um militar inglês que, em situação de fuga dos povos perante a ameaça dos franceses, não só salva uma criança portuguesa de um sofrimento e morte atrozes como, por não saber dos pais, se afeiçoa a ela e lhe possibilita – através do major do regimento – uma vida social que provavelmente nunca teria no país.
Em cenário devastado pela guerra, a presença de uma papoila a gritar pela vida! Relativamente ao original, a tradução é livre e um tanto abreviada.

“Na manhã de 10 de Outubro (de 1810), cavalgando de Calhandriz para Alverca, ouvi a alguma distância o gemido queixoso de uma criança. Parei para ouvir; o som parecia vir da terra. Procurando, abeirei-me de um poço em cujo fundo estava a criança, completamente nua, sentada sobre uma camada de lama. Por sorte, o poço estava sem água. Ao ver-me, levantou as mãozitas para mim e gritou “Mãe! mãe! Minha mãe!” Usando os arreios, puxei-a para cima. Era um rapazito, estava completamente enlameado e tinha sangrado do nariz. De resto estava bem, salvo uma ferida na testa. Já caminhava mas mal falava, de modo que nada me pôde dizer sobre os pais nem como tinha ido parar dentro do poço. Embrulhado numa capa, pu-lo na sela e assim fomos até Alverca, onde o entreguei à mulher de um sargento do aquartelamento, que o vestiu e tratou dele.

Tratei de publicitar o caso em Lisboa e noutras cidades, descrevendo a criança e as circunstâncias em que a tinha encontrado, mas ninguém a reclamou. Entretanto o ra- paz ia crescendo e em breve se familiarizou connosco. Em poucas semanas aprendeu muitas palavras inglesas e já sabia pedir pão e manteiga. Se eu mencionasse a história do poço na sua presença empalidecia e quase desmaiava de terror. Enfim, era um bonito rapaz, de cabelo castanho escuro encaracolado, tez oli-vácia e olhos brilhantes. Com o passar do tempo não só fui perdendo a esperança de encontrar os pais, como se ia fortalecendo o meu interesse pelo seu bem estar; e como ele não dava conta do seu nome, os portugueses que comigo andavam deram-lhe o nome de “Venturinho do Poço”, e os in-gleses de “Little Fortunatus of the Well” (Pequeno Afortunado do Poço).

A incrível circunstância em que o encontrei em breve se tornou conhecida no re-gimento a que eu pertencia e chamou a atenção do respectivo major. Um dia, em que conversávamos sobre diversos assuntos, ele orientou a conversa para a questão do rapazito e perguntou-me, com seriedade, o que é eu pensava fazer no caso de nem os seus pais ou parentes serem encontrados. Eu disse-lhe que, de facto, ainda não tinha tomado nenhuma resolução; mas que, não havendo alternativa, o levaria para Inglaterra, como comemoração da minha campanha militar na Península, e o criaria com a meia dúzia de filhos que já tinha. É então que o major se oferece para se res-ponsabilizar pela criança e até adoptá-la. O major era pessoa educada, rica e não tinha filhos; e como tal oferta prometia um futuro favorável ao rapaz, não hesitei em passar-lhe os direitos paternais sobre o pequeno Ventura.

O major enviou a criança para a Irlanda para lá ser educada, e por este motivo nada soube dela durante cinco ou seis anos. Entretanto o rapaz frequentou a escola e desenvolveu capacidades que parece terem fixado definitivamente a ligação do major pa-ra com ele. Depois, nunca mais tive contacto com o major ou com o Ventura que, entretanto, já se deve ter tornado adulto; e é mais que provável que tenha alcançado uma posição social muito mais elevada do que os seus pais alguma vez lhe poderiam proporcionar. Mau grado os desastres que se abateram sobre o seu país, bem pode agradecer aos Céus a mão da Divina Providência que o tocou” – pela mão de militares ingleses atentos à vida, tanto quanto às suas funções bélicas!

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SUGESTÕES DE LEITURA



AS LINHAS DE TORRES VEDRAS - INVASÃO E RESISTÊNCIA – 1810/1811. - Edição Câmara Municipal de Torres Vedras e Ed. Colibri, Lisboa, 2010.


Da autoria de Cristina Clímaco, uma torriense a trabalhar em França como professora universitária, esta obra é a sua tese de Licenciatura apresentada na Universidade de Paris VII. A autora esclarece na Introdução:

«Propomo-nos desenvolver três ideias que nos parecem fundamentais para uma nova abordagem da problemática: os construtores das Linhas, ou seja, esses homens e mulheres que, de boa ou má vontade, foram obrigados a colaborar na construção das fortificações; a frustração do exército francês perante a barreira intransponível que constituiu as Linhas; e finalmente os danos que o plano de defesa de Portugal, materializado nas Linhas, infligiram no país. Os aspectos técnicos da construção e da estratégia de defesa serão tanto quanto possível dei¬xados de lado ou limitados ao estrito necessário para a compreensão do princí¬pio defensivo sobre o qual assentam as Linhas de Torres Vedras.»

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A ASSOCIAÇÃO DO PATRIMÓNIO E O BICENTENÁRIO


Em Janeiro de 2008 iniciámos na imprensa regional a publicação de um conjunto de textos evocativos da Guerra Peninsular / Invasões Francesas. Foi uma das formas de participação da Associação de Defesa do Património de Torres Vedras no Bicentenário das comemorações destes acontecimentos históricos. Damos hoje por concluída esta iniciativa, com um balanço que nos parece positivo: 61 textos na rubrica “Bicentenário das Invasões Francesas” ( jornal Badaladas); 24 textos na rubrica “Imagens da Guerra Peninsular” ( jornal FrenteOeste); 4 Suplementos de 4 páginas a cores no jornal Badaladas. Total de colaboradores: 17. Total de textos: 96.

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Ficha Técnica:

Coordenação: Joaquim Moedas Duarte
Textos: Cor. Manuel Gouveia Mourão, José Ermitão, Luís Filipe Rodrigues
Imagem e paginação: josé Pedro Sobreiro
Execução gráfica: Carlos António Ferreira

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