11/12/12

COLÓQUIO NO SOBRAL DE MONTE AGRAÇO



Uma iniciativa que celebra o 1º aniversário do Centro de Interpretação das Linhas de Torres no Sobral de M.Agraço.
Estivemos lá e aprendemos muito com as várias comunicações apresentadas. Destaque para os nossos conterrâneos Rui Sá Leal, Isabel de Luna e Carlos Cunha.
Recordamos que Isabel de Luna publicou um estudo sobre a TELEGRAFIA VISUAL NA GUERRA PENINSULAR no Boletim Cultural de 2008, da Câmara Municipal de Mafra, a que já fizemos referência na Bibliografia (ver coluna do lado).







06/11/12

UM BLOG DE GRANDE VALIA PARA A HISTÓRIA LOCAL TORRIENSE







 Venerando de Matos, Mestre em História Social Contemporânea, é um dos mais importantes investigadores da História Local de Torres Vedras. Tem publicado inúmeros trabalhos na imprensa regional, além de comunicações em Seminários e Colóquios. É co-autor da monografia "TORRES VEDRAS- PASSADO E PRESENTE - vol I", publicada pela Câmara Municipal em 1996.
Mantém na blogosfera um importante blog intitulado VEDROGRAFIAS,
de que indicamos aqui o endereço de um notável trabalho de recolha de textos sobre a Guerra Peninsular em Torres Vedras:

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(Para ver mais conteúdos, clicar no título do blog)



06/10/12

LINHAS DE WELLINGTON






Estreado em 4 de Outubro, é um filme que não reúne consensos de apreciação.
Vejamos duas opiniões que encontrámos na imprensa nacional:



(…)
"Linhas de Wellington" é um filme que decorre no período de cerca de três semanas que medeia entre a bata­lha do Buçaco e o momento em que Massena inspeciona pessoalmente as Linhas de Torres e verifica a sua inexpugnabilidade com os meios de que dispunha. A iniciativa de o fazer coube ao produtor Paulo Branco, que coman­ditou o argumento a Carlos Saboga, passou por dois realizadores indigita­dos (Luís Filipe Rocha e Raul Ruiz) — que não chegaram à fase de rodagem — e acabou materializada por Valeria Sarmiento, viúva de Ruiz, montadora fiel dos filmes do marido e ela mesma realizadora por direito próprio. Tem uma construção coral, uma multiplici­dade de personagens cujas histórias se vão desenvolvendo e engrenando no turbilhão de uma retirada como nunca ocorrerá, gentes do povo, marginais, soldados e vivandeiras, gente que se perdeu dos seus e bandos à solta que combatem por conta própria. Há quem esteja ancorado no real históri­co e há liberdades poéticas (como a amável caricatura da deliciosa cena das vedetas — Micheí Piccoli, Isabelle Huppert, Chiara Mastroianni e Cathe­rine Deneuve, a quem Saboga faz o clin d'oeil de chamar Severina, como no "Belle de Jour"). Há quem ame, quem se enforque, quem se venda, quem enlouqueça e quem mude de vi­da — tudo contado numa narrativa de evidente competência, a todos os ní­veis. É uma magnífica produção, mui­to difícil porque quase sempre em exte­riores, artilhada por uma impecabilíssima direção de arte assinada por Isabel Branco e sustentada no trabalho dos intérpretes, vasta galeria onde faço questão de destacar Nuno Lopes, que volta a mostrar ser um dos maiores atores portugueses deste tempo.

ATUAL – Jorge Leitão Ramos
Jornal Expresso | 5 Outubro 2012


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O filme
O épico errante

E erra tanto, como as personagens e os figurantes. Multidão desvalida, erran­te, que caminha à frente das tropas francesas que lhes desalojavam as casas e pilhavam os celeiros, no encalço da proteção anglo-portuguesa. A política da terra queimada era fogo amigo. Portanto, o épico português que tanto se anunciava, presente na competição oficial em Veneza, não obstante a morte do seu realizador Raul Ruiz (e herdado pela viúva Valeria Sarmiento), é uma história de caminhantes, tão fandangos, quanto a sua tropa. Mas depois também há sitiantes, permanecentes, perdidos e achados, estrangeiros, sargentos, estro­piados, cavalos, prostitutas, viúvas, men­dicantes, desertores, padres demenciais, negociantes, loucas, meninos sem sapa­tos... Tudo «passa». Só não se «passa» o que normalmente se «passa» em filmes de guerra: não há uma batalha que seja. O filme começa no campo fumegante do Buçaco, com cadáveres e feridos a se­rem espoliados, e depois é só andanças, «faianças», alguma escaramuça e uns quantos tiros de canhão. Outro aspeto bizarro é a personagem que dá título ao filme (e à façanha da construção das linhas fortificadas que travaram os franceses) desaparecer a meio do filme - além do facto de ser interpretado por um ator - John Malkovich -com quase 60 anos, quando o real protagonista teria menos 20. Tudo é barafunda, caos, e as personagens perdem-se, e nós pró­prios, quando as reencontarmos, lá mais adiante, já pouco nos lembramos ao que elas iam. E se era relevante a sua ida. Como «patada no formigueiro» não está nada mal. Mas depois esperava-se que as formigas-povo e as formigas-soldado retomassem algum rumo no argumento. O filme tem bons momentos, sem dúvi­da, mas o resultado não corresponde à real quantificação da sua soma. Quem vai à guerra dá e leva, e apesar de não a vermos, esta foi uma batalha vencida.

Ana Margarida de Carvalho
VISÃO, 4 de Outubro de 2012



MARCHA DOS FORTES - 13 OUTUBRO 2012




Mais uma grande jornada de pedestrianismo e de divulgação das Linhas de Torres Vedras.
Para mais pormenores: ver AQUI

10/01/12

Ainda à volta dos postos no Exército

Para ajudar a esclarecer as dúvidas sobre o significado da expressão "Praças" na época da Guerra Peninsular, isto é, se englobava também os Sargentos, podemos encontrar na Ordem do Dia de Beresford, de 24 de Outubro de 1812, sobre a organização de um Batalhão de Artífices Engenheiros, no último parágrafo, o seguinte:

As Praças das três Companhias, além de vencerem fardamento, pão, e etape, como os mais Corpos de Tropa de Linha, serem aquarteladas, e curadas nos Hospitais Militares, está estabelecido, que terão por dia o soldo seguinte:
Primeiro Sargento - 290 réis.
Segundo Sargento - 260 
Furriel - 240
Cabo de Esquadra - 210
Anspeçada - 180
Soldado - 160
Tambor - 100


Creio ser absolutamente legítimo afirmar que a expressão "Praças" englobava também os postos dos Sargentos.

Manuel Francisco Veiga Gouveia Mourão
Coronel de Infantaria na Reserva