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18/10/08

NOVO LIVRO SOBRE AS LINHAS DE TORRES




As Linhas de Torres Vedras: Construção e Impactos Locais


Segunda-Feira, 20 Outubro 2008, 19 H.


Auditório do Edifício Paços do Concelho em Torres Vedras



As Linhas de Torres Vedras: Construção e Impactos Locais
é o título do livro da autoria de André Filipe Vítor Melícias que será lançado no próximo dia 20 de Outubro, pelas 19h00, no Auditório do Edifício dos Paços do Concelho.Este livro é uma co-edição da Câmara Municipal de Torres Vedras e da Livraria Livrododia.
O Memorando de Wellington para Fletcher, de 20 de Outubro de 1809, mandava reconhecer o terreno e fortificar os pontos mais convenientes e defensáveis, visando a construção de um conjunto de fortificações construídas secretamente, a partir do final de Outubro de 1809, que viria a chamar-se de Linhas de Torres Vedras.
A um ano do ducentésimo aniversário deste documento, é lançado o livro As Linhas de Torres Vedras: Construção e Impactos Locais, um estudo fundamental para a compreensão do pensamento estratégico-militar, assim como dos diferentes projectos de construção deste sistema defensivo, determinante na defesa de Portugal frente à terceira invasão..
No Edifício Paços do Concelho de Torres Vedras» Praça do Município, na Zona Histórica
[Tel.: 261 334 040/ 261 320 739. ]

16/05/08

Texto 8 (Jornal "BADALADAS", 09 / 05/ 2008 )

A 3ª Invasão Francesa e as Linhas de Torres Vedras


Manuela Catarino *

Na sequência da derrota das forças napoleónicas na Batalha do Douro (12 de Maio de 1809), prevendo nova invasão, as atenções de Sir Arthur Wellesley, concentraram-se em dois objectivos principais: garantir a segurança do embarque das forças britânicas, que se faria junto a Lisboa, e, por outro lado, delinear a sua defesa criando diversos pontos de bloqueio nos principais eixos de acesso à cidade.
As “poderosas linhas de alturas que se erguem na região de Torres Vedras”, bem como os estudos topográficos feitos por Neves Costa, suscitaram a Sir Arthur o Memorando de 21 pontos enviado para o Coronel Richard Fletcher onde apresentava, de forma pormenorizada, as obras a construir naquele espaço e que ficaram para sempre designadas por “Linhas de Torres Vedras”.

Durante um ano fizeram-se os trabalhos necessários, contando com cerca de cento e cinquenta mil camponeses, arregimentados na região, sob as ordens de dezoito oficiais e cento e cinquenta sargentos ingleses. No total, o custo da obra rondou as cem mil libras, preço bem inferior a qualquer outra semelhante, ainda que tenham sido construídas cinquenta milhas de fortificações, onde se destacavam cento e cinquenta e dois fortes com seiscentas peças de variado calibre.
A linha de redutos, mais próxima de Lisboa, destinava-se a proteger S. Julião da Barra, onde se efectuaria o embarque inglês, devidamente protegido por forças da retaguarda. A mais afastada principiava em Alhandra, junto ao rio Tejo, aproveitando as elevações do terreno, particularmente do Cabeço de Montachique, continuando depois em direcção a Arruda e Sobral de Monte Agraço, até se ligar aos fortes construídos junto à vila de Torres Vedras, onde se destacava o Forte de S.Vicente, prosseguindo com mais vinte e cinco redutos até à foz do rio Sizandro.

Estavam assim estrategicamente bloqueadas as entradas em Lisboa a qualquer força invasora que viesse do norte. E os franceses preparavam, de facto, nova invasão. O Marechal André Massena reuniu 65000 homens, contando ainda com apoio de forças espanholas, e iniciou a marcha em direcção à fronteira portuguesa. Por sua vez, Sir Arthur organizava as tropas anglo-lusas, em que se incorporavam 18000 ingleses e 14000 portugueses, preparando-se para enfrentar o inimigo, obrigando-o a “ atacar com as suas forças concentradas(…) permitindo assim que as populações evacuem cidades, vilas e aldeias (…)destruindo tudo no seu caminho.” Era a e estratégia de terra-queimada que obrigava a um êxodo das populações e à destruição de tudo quanto pudesse ser útil ao invasor, desde espaços construídos a alimentos e outras formas de subsistência…
Em Julho de 1810, Massena e os seus soldados entram em Portugal. Espera-os um “Exército de Linha” que repele todas as tentativas de avanço dos franceses na forte serrania do Buçaco. Entretanto Sir Arthur conclui os seus planos de defesa e aguarda a chegada dos franceses, retirando-se para as posições da primeira linha de Torres Vedras, onde estaciona a 10 de Outubro de 1810.
É o próprio Massena que faz o reconhecimento das linhas, a que chega no dia 15 de Outubro, e não terá gostado de encontrar algo que nenhum dos relatórios enviados pelo seu estado-maior lhe dera a conhecer. Também não terá contado com a rebelião que se instala entre os seus Generais mais próximos, agravada com novos desaires na zona do Sobral, o número de doentes que aumentava entre os seus homens, o peso da derrota no Buçaco. Massena terá sentido os indícios de uma nova situação desvantajosa, e as suas indecisões terão aumentado com a perspectiva de enfrentar quatro longos meses de Inverno, com a fome que começaria a grassar entre os soldados.

A situação não era fácil para as tropas aliadas, conforme nos demonstram os preciosos informes deixados por Manuel Agostinho de Madeira Torres ao salientar a intensidade da chuva que se abateu sobre a vila nos dias 7 e 8 daquele mês de Outubro. Foram enormes as perdas em vinho e azeite nos celeiros públicos e privados, a destruição das casas e cartórios públicos, bem como o saque das igrejas da vila e termo a que se veio juntar uma epidemia tão mortífera que houve necessidade de ampliar o espaço de cemitério junto à Igreja de S. Miguel para dar digna sepultura a quantos a peste matava.
A ameaça manteve-se durante semanas, com as tropas francesas nas suas posições até meados do mês de Novembro. Ao alvorecer do dia 15 foi notada uma estranha imobilidade das sentinelas francesas. Um reconhecimento mais próximo revelou o que se passava – eram bonecos de palha! Aproveitando a escuridão da noite, Massena havia retirado …

Mais uma vez, a estrela de Napoleão sofria um forte abalo no seu pretendido fulgor!


* Professora

06/03/08

ABERTURA





Em finais de Dezembro de 2007 foi apresentado ao jornal BADALADAS, semanário regional de Torres Vedras, o seguinte:



PROJECTO DE TRABALHO

BICENTENÁRIO DAS INVASÕES FRANCESAS


Fundamento

De 2007 a 2010 comemoram-se os duzentos anos das Invasões Francesas. É um acontecimento histórico muito referido mas talvez pouco conhecido. No suceder das gerações que gradualmente se afastam e se desinteressam do que as antecedentes viveram, compete aos historiadores trazer à memória colectiva o que o tempo vai apagando.
A região Oeste – com destaque para Torres Vedras – teve papel importante nestes acontecimentos. É legítimo que dela se espere um contributo significativo para a sua divulgação.

Objectivo

Avivar na memória colectiva das gentes do Oeste tudo o que diz respeito às Invasões Francesas (IF)

Meios

Publicação em jornais regionais do Oeste de artigos de divulgação sobre as I. F.

Numa primeira fase: prioridade ao jornal BADALADAS, com publicação de uma rubrica quinzenal sobre o tema, durante os anos de 2008, 2009 e 2010.

Numa segunda fase, a partir de 2009: extensão a outros jornais do Oeste, com a publicação diferida dos mesmos artigos.

Conteúdos

Não se trata de investigar História mas sim de DIVULGAR História.

Pretende-se a publicação de artigos com uma média de 2 500 caracteres, feitos a partir da bibliografia existente ou, eventualmente, de outras fontes menos conhecidas, usando um estilo de abordagem que tenha em conta a heterogeneidade do público leitor.

Intervenientes

Uma equipa de professores e investigadores ligados à História Local.

Torres Vedras, 18 de Dezembro de 2007



A Direcção do jornal aceitou o projecto e em Janeiro iniciou-se a publicação.

Este blogue será, pois, o arquivo/net dos artigos publicados no BADALADAS no âmbito do bicentenário das invasões francesas.
Simultaneamente usaremos este espaço para divulgar acontecimentos, livros, sites, contributos diversos, etc, sobre a Guerra Peninsular.