25/11/10


COMEMORAÇÕES


ALENQUER


Dramatização "Alenquer libertada - Novembro 1810", da autoria de António Rodrigues Guapo

27 Novembro, 21 horas

Pavilhão Municipal de Alenquer


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LOURES

Inauguração do Circuito Alrota/Arpim – Reduto da Ajuda Grande e Forte do Arpim


27 de Novembro
14h00
Largo Espírito Santo, em Bucelas

21/11/10

CONCERTO MEMORÁVEL







Foi ontem, no Teatro-Cine de Torres Vedras, com o programa que consta do convite que recebemos.
Daremos notícias mais pormenorizadas...

15/11/10



DIA ESPECIAL

Foi em 15 de Novembro de 1810, faz hoje 200 anos! As tropas francesas, estacionadas frente às Linhas de Torres Vedras, iniciam a retirada. Ficarão na zona de Santarém / Torres Novas durante todo o Inverno, aguardando reforços.

Venerando de Matos, historiador torriense, assinala a data no seu VEDROGRAFIAS 2. Um convite irrecusável para os nossos leitores...

12/11/10

Revista ITINERANTE lança número especial


Foi hoje lançado o número especial desta excelente revista, dedicado às Linhas de Torres Vedras. São 96 páginas de textos e fotografias de grande qualidade e a um preço inesperado - 4,90 € - só possível pelos apoios bem merecidos e pelo gosto de divulgar sem obsessões de lucro.
 Desta bela revista, que se publica quatro vezes por ano, já fizemos referência há cerca de um ano, AQUI, aquando da sua estreia: http://linhasdetorres.blogspot.com/search/label/Revista%20ITINERANTE.

Tudo o que então dissemos tem confirmação. Vale a pena comprar e coleccionar.
Aos nossos leitores que nos têm pedido pormenores sobre a localização de alguns fortes aconselhamos vivamente a adquirirem esta revista, onde encontrarão mapas e descrições detalhadas, bem como as coordenadas GPS.

O EDITORIAL explica a razão deste número especial:

«Um ano depois, voltamos ao tema das Invasões Francesas, agora para nos dedicarmos em exclusivo às Linhas de Torres Vedras. Apesar de relativamente recente - faz agora "apenas" 200 anos -, este eficiente sistema defensivo é pouco conhecido dos portugueses. Foi no entanto determinante na defesa de Lisboa, na terceira invasão francesa; para muitos historiadores, o recuo de Masséna foi o primeiro sinal do declínio de Napoleão. Aproveitando os obstáculos naturais da região, este sistema incluiu quatro Linhas defensivas com uma extensão total de cerca de 90 km, 152 fortificações, es­tradas de ligação e sistema de comunicações — uma obra de engenharia formidável para a época e para os meios então disponíveis, construída em menos de quatro anos!
Com o aproximar das comemorações do bicentenário da sua construção, os seis concelhos que abrangem as duas principais Linhas encetaram um trabalho conjunto de recuperação, valorização e divulgação do património, a Rota Histórica das Linhas de Torres. Este projecto incluiu, na vertente do pedestrianismo, o desenvolvimen­to da Grande Rota das Linhas de Torres (GR30), para além de percursos pedestres de Pequena Rota.
É neste contexto que surge este número especial da Itinerante, no qual apresentamos e avaliamos diversos troços da nova GR30 e, como é nosso hábito, enquadra­mos o tema em termos históricos e culturais, com o con­tributo de individualidades de reconhecida competência no tema, e indicamos-lhe alguns bons locais para conviver e recuperar forças. ■»

De salientar que este lançamento foi feito na Quinta do Vale do Corvo, no sopé do Monte do Socorro, com tradições bem marcantes relacionadas com a época das Invasões. O seu proprietário, Miguel de Vasconcellos Guisado, tem feito um extraordinário trabalho de divulgação das Linhas de Torres Vedras, como se pode ver aqui: http://www.linesoftorresvedras.com/


Por último, recordamos que no dia 2 de Dezembro será lançado o nº 4 da ITINERANTE, cujo tema é "Por trilhos da República".


RESPOSTA A UM LEITOR



Respondemos ao Pedro que nos deixou um comentário com algumas perguntas (não temos o seu mail para contacto mais personalizado).
Resposta breve e sucinta, ao correr da pena, ao mesmo tempo que lhe agradecemos o interesse e as palavras amáveis.

1.      O que o povo comia por trás das Linhas:

Não há uma gastronomia especial das invasões francesas. O povo comia o que sempre comeu: mal!
E comia o que era mais fácil de arranjar: pão e alguma pouca carne ( aves de capoeira, pombos, mais raramente o porco, a ovelha...). O feijão, quando havia, ou o chícharo, uma espécie de leguminosa que se dá nas terras mais pobres das serras. Fruta, era a que apanhava aqui ou ali. Voltou-se a comer o biscoito, que era um pão cozido duas vezes, o que permitia a sua conservação por mais tempo. Ficava rijo como pedra, mas amolecia-se com água ou vinho.
Muita gente morreu de fome nesta época.
O problema das subsistências é tratado em diversa bibliografia que pode encontrar na coluna esquerda deste blogue. Nomeadamente o recentemente publicado livro de Cristina Clímaco, assim como o de André Milícias, "As Linhas de Torres Vedras - Construção e impactos locais".
Mas sublinhamos: tal problema deve ser analisado na globalidade, não há uma “gastronomia por trás das Linhas de Torres Vedras". A subsistência era uma questão que dizia respeito aos exércitos em presença e às populações, era um problema transversal.

(Observação: alguns concelhos da nossa região lançaram a ideia de uma gastronomia das invasões, inventando pratos com nomes um pouco ridículos até. Que nós conheçamos, não há suporte documental para estas invenções, que tiveram sobretudo uma inocente motivação turística...)

2.      Quanto à relação entre a terceira invasão e a queda de Napoleão:

As coisas têm de ser vistas numa perspectiva europeia. E nessa perspectiva, a terceira invasão não teve a projecção que nós, portugueses, lhe damos. Ela foi determinante para nós e para o resto da Península mas não para Napoleão. Para este, a terceira invasão foi um episódio dentro de um mais vasto teatro de guerra que ficou conhecido para os franceses como "Guerra de Espanha". Napoleão nunca percebeu a especificidade do terreno português. Para ele era apenas uma questão de competência dos seus generais para dominarem o cais marítimo que era Portugal, de grande importância estratégica para os ingleses. E ele censurou-os pela sua inabilidade em resolverem o problema português…

A queda de Napoleão em 1815 tem de ser vista à luz da evolução da situação política em França durante os anos do Império e dentro do contexto de alianças entre os diversos países europeus. A terceira invasão de Portugal foi um insucesso importante, sem dúvida, mas não determinante. A invasão da Rússia em 1812 e a desastrosa retirada durante o temível inverno, fugindo à perseguição de uma nação desesperada ( retratada no grande livro de Tolstoi, "Guerra e Paz"), essa sim, terá sido decisiva para o que se seguiu.
São contos largos que nos levariam muito longe…