A 2ª Invasão Francesa
Maria Guilhermina Pacheco*
Napoleão Bonaparte, enquanto, prosseguia com a guerra em Portugal, forçou em Espanha, a abdicação do rei Carlos IV e do seu herdeiro D Fernando, em 1808, em Baionne, e colocou no trono espanhol o seu irmão José Bonaparte.
Perante isto, iniciou-se um movimento de revolta contra os franceses, que foi apoiado pelas tropas britânicas acantonadas no norte de Portugal. Sob o comando de John Moore, os ingleses passam a fronteira no início de 1809, tendo sofrido uma derrota na Corunha, pelos franceses comandados pelo marechal Soult. Tiveram que se retirar, deixando o caminho aberto a Soult, que invade Portugal pela fronteira do Minho, em Março de 1809, avançando até à cidade do Porto, que foi ocupada a 24 desse mês, tendo fixado a fronteira no Douro. É desta altura que se dá o trágico episódio de 29 de Março, no rio Douro, com a fuga de pessoas pela ponte das Barcas, que não aguentou com o peso, tendo morrido à volta de 4.000. Em Maio, do mesmo ano, tropas Luso-Britânicas comandadas pelo General Arthur Wellesley e pelo Comandante-em-Chefe. Marechal William Carr Beresford, vencem a chamada batalha do Douro, reconquistam a cidade e a 29 de Maio expulsam os franceses, que se retiram para a Galiza.
Entretanto as tropas de Wellesley continuam para sul, e travam a batalha de Talavera, em Julho, já em território espanhol, tendo vencido, regressando depois a Portugal.
Esta Batalha indica o final desta segunda invasão, tendo sido concedido ao general Wellesley o título de Lorde Wellington.
Pode-se destacar pela sua importância estratégica a chamada escaramuça de Serém, concelho de Vouga, uma região de difícil acesso do rio Vouga e do rio Marnel, em que o capitão-mor do Vouga, José Pereira Simões, travou o avanço do marechal Soult , para sul, e, esperou pela chegada de tropas do Batalhão Académico, a que mais tarde se juntaram reforços , comandados por Wellesley. Em consequência, o exército de Soult não conseguiu atravessar o Vouga e, tiveram que se retirar para Norte.
Professora *
O DESASTRE DA PONTE DAS BARCAS
O Porto destaca-se como um centro importante de actividades económicas, desde os princípios da nacionalidade, articulado com o rio Douro, que o protegia, como linha defensiva e, mais tarde, como meio de circulação de pessoas e mercadorias. A travessia do rio, ao longo do tempo, foi sendo feita com a ajuda de barcos, jangadas e barcaças. Há várias referências a pontes construídas utilizando barcas.
A primeira ponte, com projecto de Carlos Amarante, construída para perdurar, foi inaugurada a 15 de Agosto de 1806.Era constituída por 20 barcas ligadas por cabos de aço, podendo abrir em 2 partes para a passagem do tráfego fluvial. Foi nela que se deu o trágico acidente de 29 de Março de 1809.em que milhares de pessoas morreram afogadas. Fugindo às tropas francesas, precipitaram-se para a ponte, que não aguentou com o peso e cedeu. Quem vinha atrás, não se apercebendo do abismo, empurrou para a morte os que estavam mais adiante.
A Ponte das Barcas foi reconstruída, acabando por ser substituída pela Ponte Pênsil em 1843.
Actualmente, continua a reverenciar-se a memória destas vítimas da segunda invasão francesa com a colocação de flores e velas junto da lápide às “Alminhas da Ponte”, erigida no local do desastre.
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