29/03/09

O PORTO E AS INVASÕES FRANCESAS

O Jornal "Público" e a Câmara Municipal do Porto iniciaram no dia 27 deste mês a publicação de uma obra notável: O PORTO E AS INVASÕES FRANCESAS. Em quatro volumes, publicados às sextas-feiras, passará a ser, sem dúvida, uma obra de referência para o conhecimento histórico desta época. Trata-se de um conjunto de estudos realizados por especialistas, abarcando os mais diversos aspectos da abordagem histórica.
Neste primeiro volume encontramos os seguintes estudos:
"Antecedentes das Invasões Francesas", Luís Oliveira Ramos.
"A Segunda Invasão Francesa...", José Manuel Sardica.
"Portugal e a Diplomacia Europeia nas vésperas das Invasões Francesas...", Fernanda Paula Maia.
"A Duquesa de Abrantes e Portugal...", Marie-Hélène Piwnik.
"Milícias e Ordenanças no Norte de Portugal...", Cor. Nuno Lemos Pires.
"As Chefias Militares Portuguesas durante a Primeira e a Segunda Invasões Francesas", Maria da Conceição M Pereira.
"A Arte da Guerra no tempo de Napoleão", Cor. David Martelo.
"Os Mapas da Segunda Invasão francesa", João Carlos Garcia.
" A Defesa de Braga na Segunda Invasão Francesa...", Manuel Braga da Cruz.
Na capa deste primeiro volume vem reproduzida uma parte de um ex-voto da Irmandade das Almas, na Igreja de São José das Taipas, no Porto, que representa o Desastre da Ponte das Barcas.

A este propósito, reproduzimos a notícia sobre esta efeméride que lemos há pouco no jornal O SOL:

MONUMENTO EVOCATIVO DA PONTE DAS BARCAS


O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, inaugura hoje [29 de Março] o monumento evocativo da Ponte das Barcas, da autoria do arquitecto Souto Moura, no local onde a velha ponte de situava, a poucos metros da actual ponte Luís I.

A peça, feita em aço corten, simboliza a ligação entre as duas margens, visto que do lado de Gaia ficará instalada uma estrutura metálica semelhante.
A inauguração do monumento está integrada nas cerimónias de evocação dos 200 anos de um dos episódios mais terríveis da história da cidade do Porto: o desastre da Ponte das Barcas, que terá provocado a morte a mais de quatro mil pessoas, afogadas nas águas do Rio Douro.
O episódio, recordado numa "alminha" instalada numa parede da Ribeira do Porto, ocorreu em 29 de Março de 1809, na sequência da conquista da cidade pelo general Soult, nas segundas Invasões Francesas.
Tomada de pânico face ao avanço das tropas vindas do Norte, a população tentou fugir para o lado de Gaia, onde já se tinha refugiado no dia anterior o bispo do Porto.
Acontece então a catástrofe, por motivos que variam segundo os relatos: uns dizem que a ponte, constituída por 20 barcaças ligadas por cabos de aço, não aguentou a pressão e desfez-se, provocando a queda no rio da multidão.
Outra versão refere que do lado de Gaia alguém abriu um alçapão na ponte, para impedir que os franceses a atravessassem, que "engoliu" os que seguiam à frente na fuga, empurrados para a morte pelos que lhes seguiam a peugada.
Duzentos anos depois, o episódio será então assinalado com a inauguração do monumento, onde o Presidente da República colocará uma coroa de flores, seguindo-se um desfile das forças em parada.
À tarde, o chefe de Estado assistirá ainda na Sé do Porto a uma missa onde será interpretado um Requiem à memória de Camões composto por João Domingos Bomtempo, contemporâneo da catástrofe. (Jornal O SOL)
Para saber mais:
Desastre da Ponte das Barcas

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