04/06/09

FRENTE OESTE - Texto 18 - 4 JUNHO 2009

Foi nestes campos da Roliça, no concelho de Óbidos, que se desencadearam as operações militares entre o exército francês e as forças anglo-lusas.








A BATALHA DA ROLIÇA

Pedro Fiéis

Junot está em Lisboa quando recebe a notícia do desembarque dos ingleses em Lavos (Figueira da Foz) entre 1 e 8 de Agosto de 1808, os quais marchavam já rapidamente em direcção a Lisboa, sob o comando do General Wellesley. Junot decide fazer avançar a sua melhor divisão militar, sob o comando do Gen. Delaborde, com a missão de observar os movimentos do inimigo e se possível de contê-lo. Delaborde avança até Alcobaça onde lhe mostram o campo de batalha de Aljubarrota, julgado por ele como ineficaz para a guerra do século XIX, por isso retrocede para uma zona que já observara e que os mapas recolhidos pelo coronel Vincent lhe diziam ser perfeita para o que tinha em mente: os campos da Roliça, perto de Óbidos. Neste meio-termo as nuvens de pó levantadas pelos seus homens eram claramente visíveis para os ingleses, que apenas algumas horas depois entraram em Alcobaça. A presença francesa só confirmava os relatos que o general Wellesley já havia recebido e por isso resolve tomar precauções, enviando à frente do seu exército os regimentos de infantaria ligeira, em missão de observação.
No dia 15 de Agosto de 1808, estes homens encontram pela primeira vez os franceses em Brilos, mas só dois dias depois, na madrugada do dia 17, é que do alto do Moinho do Facho, em Óbidos, Wellesley observa uma linha francesa disposta numa colina. Rapidamente organiza um plano de batalha que consistia numa manobra em tenaz: pela direita avançaria o coronel Trant com cerca de 2.000 soldados portugueses, entre infantaria e cavalaria; pela direita os generais Ferguson e Bowes com duas brigadas e um reforço de artilharia; os restantes homens (3 brigadas) seguiam ao centro sob o comando do próprio Wellesley.
Não era aqui que Delaborde queria resistir, pois estava em inferioridade numérica e esperava reforços do General Loison. Por isso recua até aos Altos da Columbeira, uma verdadeira fortaleza natural. Wellesley tem de reorganizar o ataque inglês, adaptando-o ao terreno. O coronel George Lake, homem desejoso de notoriedade, apesar das determinações do comando, colocou todos os seus homens em linha e avançou por uma das ravinas acima. Ainda chegaram bem perto do topo, só um rápido contra ataque francês, comandado pelo general Brennier, pôs cobro a este avanço, do qual resultaram cerca de 50 mortos entre os quais se encontrava o próprio Lake. .
Perante isto, Wellesley ordenou um avanço geral. Delaborde, sem o esperado reforço de Loison, e perante a iminência de ser cercado, ordena a retirada. Depois de algumas escaramuças, é a debandada geral. Wellesley, prudente como sempre, prefere reorganizar as suas forças e só alguns dias depois voltará a defrontar os franceses, no Vimeiro.

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