15/06/09

FRENTE OESTE - Texto 20 - 18 JUNHO 2009





[ Batalha do Vimeiro. Água-forte de Domingo Escoppetta, Biblioteca Nacional Digital de Portugal]





BATALHA DO VIMEIRO


Pedro Fiéis



Após a vitória na Roliça, em 17 DE Agosto de 1808, Sir Arthur Wellesley espera reforços vindos de Inglaterra e procura local apropriado para o seu desembarque. Opta por Porto Novo, na foz do Alcabrichel e prepara um dispositivo militar de protecção.
Junot, aquartelado em Torres Vedras, ao tomar conhecimento do desembarque, decide em conselho de guerra lançar as suas forças disponíveis – cerca de 14 000 homens – num ataque de surpresa. A estrada escolhida, por Vale de Canas e Vila Facaia, está em péssimas condições, dificultando a marcha. A ponte de madeira em Paio Correia mais a dificulta e as patrulhas inglesas logo se dão conta desta imensa movimentação. Avisado, o general Wellesley modifica o seu dispositivo, reforçando a colina do Vimeiro e deslocando forças para o Alto da Ventosa.
As tropas de Junot estavam bastante cansadas e desgastadas por combates recentes, como o da Roliça, dias antes. Mesmo assim, ele manda avançar os generais Travot, Charlot e Tomières que encabeçam o ataque de três colunas em direcção à colina do Vimeiro. Solignac avançaria por Toledo em direcção à Ventosa, numa tentativa de contornar o dispositivo inglês e Brennier iria mais ainda pela ala direita seguindo pela estrada da Lourinhã até virar para Pregança.
Á sua frente, dispersa no terreno, estava a infantaria ligeira inglesa com seus atiradores, que os franceses não conseguiram expulsar das suas posições. Só com a chegada das colunas é que retiraram. De súbito, no topo da colina surgiram as linhas inglesas que a uma distância de 20 passos dispararam um fogo mortal, coadjuvado pela chuva de balas proporcionada pelas granadas Shrapnel, acabando com este ataque em pouco mais de meia hora.
Desorganizadas, as colunas francesas dispersam-se em fuga. Junot ordena, então, o avanço de metade da reserva de granadeiros, as suas melhores unidades. Estes sobem a encosta, mas são recebidos por um fogo mortal dos ingleses, formados em linha. Com perdas enormes, os franceses retiram.
A outra metade da reserva de granadeiros franceses ainda organiza um contra-ataque, chegando ao largo da igreja matriz do Vimeiro. Mas aí são surpreendidos pelas tropas de reserva inglesas e trava-se intenso combate, com a derrota francesa.
Mais longe, na Ventosa, o general francês Solignac é também derrotado, ele próprio saindo ferido da refrega.
Todas as forças francesas participantes na Batalha do Vimeiro, derrotadas, estavam agora em fuga desorganizada de volta a Torres Vedras. Isto aconteceu em 21 de Agosto de 1808.


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